sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

FIM DE 2011


Sou caranguejo! Como tal, não olho para o futuro a longo prazo. Dou um passo de cada vez sem perder de vista o passado. É mais importante para mim aquilo que passo e passei do que a incerteza do que passarei...
Assim sendo, torna-se normal para mim que, nesta altura, faça um balanço do que vivi este ano...
2011
Não foi um mau ano se pensar que eu ainda aqui estou, que ainda estou rodeada pela minha familia mais proxima, pelos meus verdadeiros amores...
Foi um ano complicado com a doença que assombra há já algum tempo a vida de quem é tanto, mas mesmo tanto para mim... Houve alturas em que achei que não iria chegar a esta altura com todos á minha volta... Mas cheguei! E, só isso, já faz de 2011 um ano de vitórias pessoais que, não sendo minhas, são como se fossem.
Este também foi um ano em que, como nos ultimos, pensei muitas vezes em dar uma grande volta á minha vida! Mas, como nos outros anos, não o fiz. Estou cada vez mais acomodada á ideia de viver assim. De viver vidas separadas na ilusão de ter algo que se pareça com uma vida completa... Enfim, vou sendo feliz de uma maneira que nem todos entendem nem têm de entender... A felicidade sente-se e não se entende!
Este também foi o ano em que me tornei mãe de uma adolescente! UI! O meu orgulho, o meu mais-que-tudo que me mói o juizo mas que é o que dá sentido a tudo também! Está enorme! A transformar-se numa linda mulherzinha!
Este também foi o ano (igual a todos os outros nisto) em que novas pessoas partilharam o meu caminho... Outras seguiram caminhos diferentes... Mas assim é a vida. Os caminhos cruzam-se e separam-se como se fosse um invento de um génio doido incompreendido em que não conseguimos, com o que sabemos e vemos até agora, o propósito de tudo! Mas acredito, e quero continuar a acreditar, que tudo tem uma razão de ser... ainda que agora não entenda muito bem qual!
Bem, este também foi o ano em que reencontrei pessoas que já foram muito especiais para mim. E que ainda são por representarem um periodo da minha vida tão bom. Amigos de escola, de brincadeiras, de descobertas...
Enfim, resumindo e concluindo, este foi um ano, igual a tantos outros, mas que foi especial por me ter dado tantas recordações, por o ter vivido, por me ter dado tanto que sonhar, tanto que chorar... Foi mais um que passou e que me acrescentou tanta coisa! Foi uma "boa colheita" este ano de 2011!
Que venha 2012 com muita esperança, com muitos mais momentos!
Desejo a todos umas boas saídas de 2011 e umas excelentes entradas em 2012! Que o próximo ano seja o ANO DAS NOSSAS VIDAS!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Gosto de sonhar!
Sonhar faz-me bem!
Ás vezes, consigo retirar dos meus sonhos pessoa que desejo e abraçá-la...
Nem sempre é facil, mas é sempre bom!
Consigo ter-te nos meus braço, tu meu sonho!
De uma forma tão real que posso passar a minha mão pela tua nuca... nessa curva que imaginei nos meus sonhos mais doces.
Posso contornar o teu maxilar de formas masculas que eu imaginei e sonhei para mim quando ainda era adolescente.
Posso brincar suavemente com a ponta dos meus dedos pelo teu peito.
Posso aconchegar-me em ti, nos teus braços e ser pequena...tão pequena quanto a semente que germina na terra fertil de ti.
Tão bom sentir o calor do sonho que és enquanto te sonho!
Aquece-me a alma gelada de realidade... da vida que não sonhei ter, mas tenho!
Perguntaram-me hoje o que faria diferente do que fiz se pudesse voltar atrás... Não hesitei! Não faria nada diferente... Não é a vida que sonhei, mas a vida que escolhi que me permite ter coisas das quais não abriria mão nem por um sonho!
E, assim como vivo, num limbo existencial de vidas que se cruzam, que se vivem, que se sonham, mantenho o que mais de precioso tenho e, nem que seja em sonhos, tenho-te a ti... produto de uma imaginação fertil de ideias e que, de vez em quando, tiro dos meus sonhos para poder abraçar...
Dificil é voltar á realidade...
Largar o calor do teu corpo... a textura macia dos teus labios... a doçura dos teus beijos... Enfim, parar de sonhar...
É como acordar, depois de um sonho lindo, querer voltar a dormir, a sonhar e... NADA!
Como tudo na vida, num equilibrio constante de opostos, sonhar é bom, excelente, se tiver uma realidade para comparar...
E agora vou dormir... enrolar-me no meu leito frio de realidade... e vou sonhar. Vou ver se consigo ir ao teu encontro, sonho meu, no meu sonho... porque tu hoje não podes vir ao meu...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SONHO OU REALIDADE



Há situações que me fazem pensar sobre a minha vida (muitas, na verdade!)...
Há pouco aconteceu uma dessas situações...
Cheguei á conclusão que sou mesmo, e pelos vistos sempre serei, uma sonhadora!
Na minha infância lia contos de fadas (que ainda adoro) e sonhava que um principe encantado me viria salvar das garras deste mundo cruel e iríamos ser felizes para sempre... Abençoada ignorância que me permitiu, durante uns anos, esperar essa felicidade justa!
Na minha adolescência lia os ditos "romances cor-de-rosa" (não tenho vergonha de admiti-lo) e sonhava com uma verdadeira e arrebatadora história de amor... Ó abençoada idade do armário que nos faz achar que vamos ser um caso especial neste mundo!
A minha fase adulta ainda me permitiu sonhar com mais uma ou duas coisas que nunca se concretizaram... Talvez porque não tive força para correr atrás desses tão nobres sonhos!
A realidade do mundo, pensava eu, retirava-me o poder de sonhar a cada desilusão...
Houve até uma altura em que achei que estava a viver o MEU GRANDE AMOR... Mas ficou-se mesmo só pelo achar... Não vinha escrito, na ultima página, que viveriamos felizes para sempre...
A cada filme visto, um novo sonho surgia... Porque não vivo eu uma história assim???? Mas também, bem vistas as coisas, nunca vemos o que vai para além do fim apresentado. Vemos o beijo final... e imaginamos que seria sempre assim. Que não iria haver discussões naquela familia... Que ele ou ela não iria trair... Que não iriam discutir quando não tivessem dinheiro suficiente para pagar todas as contas...
Mas, voltando ao assunto inicial, descobri que afinal os sonhos realizam-se! Não da forma convencional que os sonhámos... mas acontecem!
No meu sonho, tu (que não poderias existir num outro sitio que não fosse no sonho) tratas-me como as heroínas de muitas histórias...Ok! Não são as hiostórias de fadas... Tu até nem tens um alazão branco!
Quem nunca sonhou com uma aventura de loucura e prazer? Um sonho adulto onde todas as fantasias se realizam sem que faças esforço para isso? Talvez seja mesmo esse o segredo: não fazer esforço!
No meu sonho, tu desejas-me com uma intensidade de quase perder o controlo! E eu desejo-te de igual forma! Satisfazes-me de uma forma tão natural como (não, não é tão natural como a sua sede) o desejo que sentimos...
E, como estamos num sonho, não precisamos de pensar na realidade! O que ainda torna tudo melhor!
Já me colocaste a sonhar em pé, ao teu colo, no meio da cozinha... Ou apoiada nas costas de um sofá... ou em posição de revista. E não estou a falar de revista de leitura, mas da revista policial. Com as palmas das mãos apoiadas no carro, ligeiramente dobrada, de pernas afastadas...
Os sonhos realizam-se! Mas já não são os sonhos de menina, mas de mulher adulta que sabe o que quer!
Hummm... Será que aconteceu? Ou será que sonhei mais uma vez?
Não importa! Por cada sonho, sonhado ou acontecido, um dia mais passa e a realidade torna-se suportável.
Porque sonhar é imperioso!
Sonhar é necessário!

"Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que o homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança."
Antonio Gedeão in Pedra Filosofal

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

PODER DE UMA SMS


Tenho um humor tipo montanha russa... Entre altos e baixos a alta velocidade, aparecem uns momentos mais calmos... tão lentos que se confundem com paragens ou retrocessos.
Chego a passar por várias fases num só dia... e até mesmo numa questão de minutos.
Hoje foi um desses dias! Ó se foi!!
Comecei o dia bem disposta, alegre, mesmo no pico mais alto da montanha...
Depois instaurou-se uma anarquia de emoções... a batalha travou-se entre razão e emoção... foi sangrenta... dura... no fim, as emoções perderam. E eu perdi também. Perdi o bom humor que tinha. A neura instalou-se de malas e bagagens... Tudo ao meu redor estava mal.
Sim, porque eu sou assim.
Parece que as sextas são cada vez mais dificeis de superar.
São dois dias que tenho de lidar com a realidade num modo non-stop.
Mas antes de entrar (ou de voltar) nessa realidade, ainda tive hipotese de um pequeno relance a esse mundo que me dá forças...
Vi-te... ainda que ao longe. No meio de tanta gente conhecida, tive de me fazer passar por desinteressada... Sei que me viste também. Os nossos olhares cruzaram-se no momento em que te afastavas... e eu fiquei ali...
O meu telemovel vibrou. Uma mensagem tua a perguntar se procurava alguem. Respondi-te que sim, mas ja estava longe. E perguntei-te o mesmo...
A resposta não tardou a chegar: "Sim. Os nossos olhares cruzaram-se por breves segundos e tu estavas aqui e eu disse que te queria muito"
Tocou-me de tal forma as tuas palavras que as lágrimas ainda dançam nos meus olhos só de as relembrar... Não foi nenhum soneto, nem texto muito elaborado... Mas foi lindo! Tão lindo que decidi imortalizá-las aqui...
Bem, a realidade aguarda-me... vou enfrentá-la cansada, mas de coração aquecido... ou menos gelado que o costume... com essas palavras tão simples...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Conversa com a tua ausência...


- Quem te disse que poderias me mudar? Quem foi que te deu autorização para fazeres do meu amor um trapo para limpar as mais sórdidas lixeiras do teu comportamento? Quem te disse que eu ia ficar estupida para sempre? Pois é... continuas a fazer o que sempre fizeste: a pensar só em ti sem medires ou arcares com as consequências...
-...
- Não me respondes, não é? Sabes porquê? Porque continuo onde sempre estive - sózinha comigo mesma! A contar com a minha própria ajuda... com o meu amor...
-....
- Mais uma vez, esperei e não vieste! Mais uma vez, esperei que tomasses a atitude que não tomaste! Que ficasses ao pé de mim... Já sei! A culpa é minha... falhei nos maiores objectivos que me propus a atingir... Mas não os falhei todos... acho eu! Acho que sou boa mãe... o resto... de que vale a pena falar?!
-...
- Tens ideia de quanto te amei?!?!? Do espinho que não páras de cravar no meu peito?!?!? Tão sonhadora que fui... e tu eras tudo o que eu queria... contra tudo e todos... Não respondes?
-...
- Espero em vão por uma quimera que não irá acontecer... até porque eu já deveria de ter perdido a esperança... Que burra!!! Tão burra!!!! Continuo a falar com a tua ausência... á espera que ela se modifique... e nada!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Entendo-me... Não me entendo...


A minha mente assemelha-se em muito a um jogo infantil... O desfolhar de um malmequer! Quer... Não me quer...
Não com esta pergunta, ou frase, ou o que quer que lhe queiram chamar... Umas vezes entendo-me... outras nem por isso!
Balanço constantemente no egoismo do que quero fazer... e no altruismo do que é melhor para os outros!
Ora caio na esparrela da vontade de ceder á carne... como flutuo no moralmente correcto!
Até o acordo ortográfico me baralha!!!!!!
Tento me manter calma e serena... navegando ao sabor dos ventos que, de tão confusos, me deixam num redemoinho em torno do meu próprio umbigo!
Mas se reconheço tudo isto, porque se torna dificil de mudar?!?!
Não sei se me disfarço de "anjo" de boa-vontade quando na realidade sou um diabo...
Tento, em vão, me entender...
Parece que tudo tem lógica unicamente na minha cabeça... e, ainda assim, está desprovida de razão!
Mas que raios!!! Ó mente demoníaca! Desliga-te! Entra em modo de poupança de energia e hiberna!
Mais uma pétala arrancada a tão singela flor... Entendo-me... E mais outra... Não me entendo...

domingo, 18 de setembro de 2011



Escondo-me na escuridão da incognita,
No nevoeiro do disfarce,
Para fugir á luz do que esperam de mim...
O que acham que sou,
O que esperam que faça,
Regido pelas regras da moral,
Sufocam quem sou...
Disfarçada passo por entre todos,
Escondida na escuridão...
Na escuridão onde todos os gatos são pardos...
Onde eu sou mais uma e não eu...
E assim sou mais do que alguma vez serei!
Sem espectativas...
Sem regras...
Sem magoar ou ser magoada...
Sou eu pessoa fisica e alma livre!
Sou a folha que voa sem destino nos braços da brisa...
Sou espuma no topo de uma qualquer onda...
Sou areia de uma duna esculpida pelo cinzel do humor do vento...
Sou eu sem obrigações...
Sou eu sem direitos...
Sou eu sem regras...
Apenas e somente EU!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

HOLLOW

Vazia...
De pensamentos...
De sentimentos...
De sensações...

HOLLOW...

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

"LAMECHICES"

Ui... coisinha mais fofa!!!

MÁGOA


Mais uma vez procuro refugio nas palavras escritas nunca contestadas... Refugio de mim em mim... Preciso...
Páro! Seguro a minha vida nas mãos calejadas de dor, de mentiras, e páro-a... ou tento fugazmente pará-la... e ela teima em escapar-me por entre os dedos com grãos de areia seca pelos ventos.
Porque o faço? Porque hoje magoei alguém... não foi de propósito, mas fi-lo!
Não tinha ou tenho motivo para o fazer... E descobri que o tinha feito por um gesto tão simples. Um singelo fechar de olhos... o brilho ocultou-se e eu vi, de forma tão clara como estas palavras aqui escritas, o quão fundo te feri... Fechaste-me as portas da tua alma... e eu, sem a luz do teu brilho, fiquei sozinha no escuro...
Não é culpa tua! Se a culpa tem de ser atribuida, então será unicamente minha! Porque tudo o que aconteceu foi uma consequência de uma acção minha. Tudo!
Segurei a custo as lágrimas que teimavam em cair... já há algum tempo que não chorava... mas o que tem de ser, tem de ser mesmo... permiti-me chorar (como se eu mandasse em alguma coisa)... chorei e pensei na vida parada pelas minhas mãos...
Pensei tanta coisa... o que já fiz e o que poderei fazer. Tentei até adivinhar o futuro, sabias? Tentei entender o que estou a ser... doce ou veneno? Estarei a fazer bem ou mal? Quantas vezes mais te vou magoar? Quantas pessoas mais vou magoar? Parece que deixo um rasto de destruição por onde passo...
Agora, mais calma, abro as minhas mãos e deixo a vida seguir o curso dela... Abençoada ingenuidade que me permite acreditar que posso parar a vida quando quero... que as coisas poderiam ser diferentes... que eu poderia ser diferente...
Um novo dia começa... com aventuras e desventuras... e outro virá... um dia de cada vez... e eu por aqui vou vivendo...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

ATÉ QUANDO DURA UM BEIJO?


Beijei-te!
Não sei se foi neste ou noutro tempo...
Talvez até tenha sido uma fantasia!
E, nesse espaço e tempo, beijaste-me também...
Foram escassos segundos em que o tempo parou...
Uma eternidade de desejo encafuada entre o tique e o taque do relogio...
Bem apertada entre a minha e a tua realidade!
Mas, nesse vacuo temporal, em que termina o tique e começa o taque,
Tanta coisa aconteceu...
Foi como marcar a ferro incandescente da paixão
A rês do nosso querer...
Foi tão fugaz e, ainda assim, tão duradouro...
Esse beijo durou nos meus lábios,
Em forma de sorriso,
Nos minutos em que me conduzia de volta ao meu mundo...
Sei que parte desse sorriso foi contigo,
Enquanto caminhavas de volta ao teu...
Um sorriso que se reabriu vezes sem conta ao longo do dia...
Quando passava a lingua nos meus lábios,
A humedecê-los,
Sentia os teus lábios de veludo,
A tua lingua á procura de resposta da minha...
E... Ei-lo! O sorriso voltou!
O teu beijo ainda dura...
E continuará a durar até adormecer...
E, quando acordar, vou sorrir novamente
Por esse beijo...
Um beijo roubado nas barbas do Tempo,
Entre o tique e o taque do relógio da realidade!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

MEIA-NOITE

Meia-noite!
O mundo sossega e parece desprovido de vida...
O vento agita e brinca com as folhas das árvores
No sossego da minha sala, oiço-o lá fora...
Ao longe, o comboio apita ao passar a estação...
Réstias do movimento azáfamo do dia...
Na cozinha, o som do frigorifico faz-se ouvir...
E eu penso que deveria de dormir...
Já é tempo de o fazer...
Mas mantenho-me aqui acordada...
Mais um vislumbre ao visor do telemovel
Pode ser que haja uma mensagem tua
Algo que confirme que,
Tal como eu,
Também estás acordado
E a pensar em mim...
Bem sei... Não é fácil...
Mas isso não me impede de olhar, pois não?
Uma imagem cresce no meu pensamento:
O teu corpo nú!
A curva do teu maxilar...
Ai essa curva!!!!!
Como eu adoro repousar os meus lábios nela!!!!
Os teus traços masculos...
Os ombros direitos perfeitos...
Os musculos bem definidos
Fazem-me lembrar rochedos...
Como eu gostaria de ser um regato de água fresca
E escorregar por essas linhas que transpiram homem
Criando contigo uma paisagem paradisíaca...
Uma cascata de prazer...
Revejo-me a passar as mãos nos teus braços
Tão fortes e tão doces, meigos, carinhosos...
Sinto que te arrepias com o meu toque...
O equilibrio de tudo que trazes contigo completa-me
E procuro-o vezes sem conta
Nessas mãos enormes, rudes, poderosas,
Que me deliciam com caricias,
Incapazes de me magoar,
A que confio o meu corpo...
Pareces ter medo de me tocar...
De danificar a seda de que, como tu dizes,
É feita a minha pele...
Pois... é á meia-noite
Que as duas metades de mim se juntam
E eu posso reviver momentos...
Sorrir livremente...
Momentos marcantes!
Como quando te provoquei tanto, mas tanto,
Que pensei que tivesses perdido o controlo,
Tal não foi a forma como avançaste para mim!
Como quando te sentiste tão nervoso
Que mais parecia estares perdido... do que achado!
Como quando tocou aquela musica especial,
No momento em que estávamos quietos,
Em silêncio,
Apenas com os meus lábios a roçarem no teu ombro...
Como quando dormiste a meu lado,
E acordaste-me com beijos e desejo!
Como quando confiaste a lâmina e o teu pescoço
E eu deixei-te macio!
Mas sabes, não me canso de uma coisa...
Apesar do prazer enorme que sinto contigo,
Continua a fascinar-me a forma como brilhas,
Como te iluminas quando estamos juntos...
E, ainda que tenha os pés bem firmes no chão,
O meu espirito vagueia...
E volta á realidade do que somos:
Apenas imaginação...
No telemovel... nenhuma mensagem por ler...

PORQUE...


Sinto, de vez em quando, esta necessidade urgente e inadiavel de escrever. Amainou quando comecei a partilhar segredos meus na esperança de que as minhas experiências pudessem, de alguma forma, ajudar quem, por força do destino, se encontrasse em situação semelhante á minha...
Tive muitos confidentes... Não me arrependo deles!
A cada um deles mostrei algo de mim que não conheciam. Passei, assim, algum tempo sem escrever... Afastei-me destes amigos de tão longos anos: a folha de papel branca imaculada e a caneta por onde expio os meus pecados... os meus pensamentos mais tenebrosos, negros, macabros...
Mas o bom filho á casa do pai retorna! Aprendi que não tenho amigos como estes...
Ainda que não me abracem quando preciso de conforto...
Ainda que não me telefonem a perguntar como estou...
Ainda que... não tenham vida longe da mão por onde os meus pensamentos fluêm desaguando nesta folha de papel branca imaculada...
Porque escrevo?
Não sei...
Talvez me sinta incompreendida... julgada...perdida... só...
Não sei mesmo!
Sei que nas palavras que para trás ficam, fica também um pouco de mim... um pouco da minha tristeza... da minha desilusão... do meu imaginário (ou real?) sofrimento...
Sei que nas palavras que escrevo imortalizo momentos... que serão lidos ou não, mas que são escritos por esta mão que teima em macular esta folha de papel branca...
Escrevo!
Porque a escrever posso dizer tudo o que a minha mente pensa e sonha... real ou fantasia... com ou sem razão... mas que, para mim, são verdades absolutas e irrefutáveis!
Escrevo!
E, á medida que a caneta avança na folha virgem de pensamentos, a minha mente alivia e relaxa. Como se tratasse de uma forma de meditação que deixa marcas...
E, o que começa por ser urgente e inadiavel, termina por ser calmante e apaziguador...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A vida realmente é um ciclo... e, perdidos e achados, estamos de volta ao sitio, não de onde partimos, mas em tudo muito semelhante!
Procuramos em vão novas situações que nos preencham este vazio deixado pela ansia de viver... E, quando analisamos a fundo a questão, já lá estivémos...
É uma paixão que arde, como dizia um amigo meu, enquanto houver pau... E, depois, lá procuramos nova chama onde póssamos nos sentir vivos, desejados, queridos, apreciados, enfim importantes!
Mas de tão semelhante que são as situações, distinguem-se uma das outras de forma tão palpavel. Porque cada pessoa é um individuo e não um grupo... E é isso que faz a procura de novas sensções valer a pena! Enquanto conhecemos a outra pessoa, e ela nos conhece a nós, vivemos numa azáfama confusa de quem mistura cores como sentimentos... E, enquanto essa mistura não se tornar homogénea, é... de cortar a respiração!!!
São os batimentos cardíacos ao máximo... é o brilho no olhar... são as contracções musculares do querer e não ter... é o cheiro que nos transporta a outros mundos plenos de prazer... é procurar no outro o que temos em nós... é querer parar o tempo e o mundo para estarmos sós a dar vazão a esta torrente de desejos... é.... é tudo!!!!
É a vida no mais puro conceito da palavra! É animal e primitivo e, ainda assim, tão actual! É vivermo-nos ao mais alto nivel!
É andar com um sorriso nos lábios mesmo quando o mundo nos parece querer derrubar... E dizer: Estou feliz! Estou VIVA!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

CAMINHANDO


Será possivel tamanho balançar de emoções?!?
Entro quase em depressão... choro baba e ranho... e, depois, parece que floresço com uma intensidade que até a mim me assusta!
Serei bipolar? Ou serei apenas algo inconstante e volátil pronta a explodir nas mãos de um alguém menos hábil na forma de como lidar comigo?
Serei anjo ou diabo? Insensivel... ou sentimentalista?
Tantas perguntas sem resposta... Como explicar a alguém o que sou se nem eu me compreendo a maior parte das vezes?
Mas não fico a remoer no assunto numa espiral sem fim de perguntas sem respostas...
Deixo de pensar e vivo pelas sensações... pelos sentidos!
Percorro este caminho de olhos fechados... Perco-me por entre aromas que me despertam na memória eventos passados e na pele sensações tão fortes como um toque...
Esse toque que me arrepia a pele... como se fosse uma suave brisa fresca depois de um dia de praia... refrescando a pele escaldante. O toque do bater do coração no peito encostado ao meu numa arritmia alucinada... O som que se entranha nos meus ouvidos e que se confunde com o meu...
E, continuando o meu caminho de olhos fechados, esqueço essas perguntas sobre o que ou quem sou... apenas com um sorriso levemente desenhado nos meus lábios.

terça-feira, 3 de maio de 2011

EXORCISMO Á ALMA


De vez em quando tenho de parar... Acalmar os sentidos... E exorcizar os meus fantasmas.
É altura de chorar... De chorar por quem fui... por quem sou... e por quem serei.
Não sou eu que escolho a altura de o fazer. O meu corpo, a minha alma dizem-me quando o devo fazer.
Os sinais são claros. Uma empatia toma-me conta dos sentidos e pareço que me afundo num mar de lodo a que chamo vida...
Tudo se torna negro á minha volta... Coloco em causa o caminho que escolhi tomar... Procuro em vão firmeza debaixo dos pés... A dureza do que é real para me dar força para me impulsionar para cima...
Ando há dias a adiar este exorcismo... Tenho medo... Muito medo...
Não sei se, uma vez iniciado a cataráta de lágrimas que teima em surgir nos meus olhos, consiguirei algum dia parar...
Mas sei que não o posso adiar por muito mais... tenho de chorar!
Tenho de chorar por mim e pela minha vida...
Tenho de chorar pela maior força da Natureza que conheço - a minha MÃE!
Tenho de chorar pelo maior herói que conheço - o meu PAI!
Tenho de chorar pelo... pelo alivio que as lágrimas me trazem.
Porque no meu peito parece não haver mais espaço para tão grande dor como a perda...
Tento não pensar que o fim se aproxima...
Tento não ver como esse fim esgota a força da Natureza... ao limite.
Procuro as forças que me escapam por entre os dedos para apoiar quem já tanta, mas tanta vez me apoiou...
Preciso de chorar...
Preciso da paz que as lágrimas me trazem...
Preciso... não... eu não preciso... mas gostava de ter força para estar sempre ao lado de quem tanto amo.
Sou egoísta. Não os quero perder... Quero-os para sempre comigo... Sempre!!
Há dias assim... Precisamos de chorar! Retomar forças! Respirar fundo entre os soluços... e acalmar!
Deixar o corpo desfalecer de cansaço numa noite de chuva lacrimal e dormir...
Outro dia surgirá e, com a alvorada, renasceremos fortes e prontos para continuar a lutar... prontos para dizer: Amo-te, Pai! Amo-te, Mãe!

Exorcismo completo!
Agora é arregaçar as mangas e ir á luta...
Afinal... quantos são eles?!??

segunda-feira, 21 de março de 2011

METAMORFOSE


Num mundo onde tudo está em constante mudança, convém mudarmos de quando em quando...
E, no seguimento desse pensamento, também eu andava ansiosa por uma mudança. Nada muito radical. Só uma pequena alteração de aspecto.
Precisava mesmo... mesmo!
Era o pequeno incentivo para fazer avançar a minha vida mais um pouco...
Estava estagnada há tanto tempo... como uma poça lamacenta que teima em não secar. E, ainda que a água seja fonte de vida, as águas paradas são fontes de contaminação. A alma sente-se apodrecida... A precisar de uma baforada de ar fresco... A precisar de algo mais...
Sou criança... Quero brincar! Mas quero sempre algo novo... Não esqueço os brinquedos velhos, mas... cansam-me...
Não posso mudar o que sou... até porque sou como sou e adoro sê-lo! Mas posso mudar o que pareço ser... Parece que me sinto outra... Um sopro de nova vida em mim...
Viva a vida! Viva a mudança!

"Na Natureza, nada se perde. Tudo se transforma..."

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Podem me chamar o que quiserem...


Podem me chamar o que quiserem.... conformista... derrotada... fracassada... cobarde... etc.
No meu intimo, não me vejo assim. Sei que não sou dona do meu destino. Ainda que possa fazer escolhas... Sinto que, a cada escolha que faço, já tenho uma rota previamente traçada.
Talvez até seja um pouco conformar-me com o que tenho... mas deixo a minha vida correr como um rio. Sem barragens... sem comportas... sem influenciá-lo seja de que forma for.
Talvez, com esta forma de agir, esteja também a fazer uma escolha... não sei... mas vou deixá-lo fluir por onde queira. Sinto-me calma... sem a ansiedade da escolha... sem a preocupação de estar ou não a fazer o correcto.
Talvez seja mesmo cobarde por não escolher. Por deixar que outros o façam por mim. Mas não os culpo pela minha decisão de deixar andar.
Gostava de poder resolver os problemas dos outros. De lhes dar uma paz interior como a que sinto. Mas não posso. Não tenho esse poder. Apenas posso estar ao lado de quem gosto e ouvir... e abraçar... e esperar com eles melhores dias.
Esperar por um dia solarento nas margens de um calmo lago...