sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ERROS


Há alturas da nossa vida, que, na esperança de se agradar a todos, fazemos escolhas menos acertadas. Queremos dar um pouco de felicidade e acabamos por dar mágoa.
Sempre ouvi dizer que não se pode agradar a Gregos e a Troianos. Mas, com a mania que talvez seja mais esperta que os outros, pensei que conseguiria contornar a questão. Que ilusão estupida!! Foi mesmo uma miragem que me fez andar quilómetros no deserto em direcção oposta ao que eu queria...
Fiz algo tão... tão... nem palavras tenho para o descrever. Fui totalmente contra o que sempre acreditei. Sempre coloquei a amizade acima de tudo. Com sinceridade. Sem subterfugios. E traí!!
Traí algo que era puro, sem outro interesse que não fosse o bem que lhe queria... Uma das melhores amigas que alguma vez tive... Alguém a quem podia contar tudo sem ter medo de juízos ou represálias... Alguém que era eu mesma num outro corpo...
Assumi o meu erro... expliquei tudo na mais pura das verdades... não me desculpei, porque não tenho desculpa possivel... Mas o mal está feito. É uma mácula que não sairá jamais desta amizade que não sei se se manterá...
Mea culpa...
Eu sei que errar é humano... mas também sei que sempre tive consciência do que iria provocar se fosse descoberta.
Talvez tenha criado mais distância com uma amiga que, estando longe, esteve sempre ao meu lado.
Como é possivel eu ter sido assim tão ingénua ao ponto de acreditar que não iria magoar ninguém?!?!?
Perdão... não tenho perdão possivel. Não há perdão para a mentira...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PODER SONHAR


Por um momento, nos teus braços, tive a sensação de ser feliz... Ser amada, protegida, mimada, cuidada. Por entre as palavras ditas, as sensações falaram mais alto. O meu sonho estava realizado. Tudo era verdade... Aquele sonho de menina era possivel. Tu existias... a outra metade da minha alma... o meu principe encantado. A felicidade estava ali, ao alcance de um abraço, de um beijo.
A forma como me olhavas parecia fundir-me em ti... Já não era só eu! E, no entanto, nunca me senti tão "eu" como naquele momento...
Fechei os olhos... senti-me em paz como nunca antes havia me sentido...
Seria isto o paraíso com que todos sonham? Para mim, não havia duvidas... A forma como nos damos um ao outro... A forma como encaixamos... A forma como nos completamos e nos anulamos realçando-nos ao mesmo tempo...
Ali, de olhos fechados, senti-me tão bem, tão feliz... como se voasse no mais lindo céu com os mais lindos pássaros chilreantes e as mais lindas borboletas coloridas de asas finas e suaves...
Abri os olhos... estava de volta. O meu sonho de menina já não era o meu mundo. Mas a sensação permaneceu. Sentia-me em paz comigo e com o mundo... Talvez por saber que poderia lá voltar... Ainda que tivesse implicito que teria de voltar á realidade, isso confortava-me...
Quem não quer poder sonhar o mais lindo sonho possivel?