segunda-feira, 20 de setembro de 2010

EU, CARANGUEJO


Por vezes sinto vontade de mostrar ao mundo quem sou... Mostrar-me completa para além do que se vê. Não é fácil. A minha "carapaça" já vive comigo há muitos anos. Talvez há demasiados...
Não acredito em previsões futuras, mas grande parte da minha maneira de ser é explicada pelo simbologismo do meu signo. Sou caranguejo...
Já sei que a primeira coisa que surge na mente é o facto de julgarem, erradamente, que os caranguejos andam para trás. A sua forma peculiar de andar, de lado, permite-lhes nunca voltarem as costas ao que já passou. O meu passado é uma constante na minha vida. Mantenho-o sempre em mente e tento aprender com o que já fiz. Não volto as costas á minha familia. Nem tão pouco aos meus amigos.
Quem lida comigo no dia-a-dia vê-me como uma mulher forte, dura, bruta. Alguém sempre pronta para brigar. Numa posição defensiva. E, por muito errado que isso seja, quanto mais gosto de uma pessoa, mais dura me torno. Talvez por saber que essa pessoa tem o poder de me magoar. Até a minha mãe me descreve como alguém que arrasta o mundo consigo para seguir o seu caminho.
Mas isto torna-se um ciclo (como tantos outros na minha vida). Quanto mais dura pareço, menos me acham necessitada de protecção e mais me procuram para protecção. Errado novamente. Ainda que proteja tudo o que é "meu", sinto sempre uma fome insaciavel de ser protegida. Ainda que pareça aventureira, só quero o que conheço para me sentir segura.
No fundo, sou uma criança crescida. Tenho a armadura de guerra vestida, pareço uma amazona, mas não passo de um ser calmo e frágil com medo de ser magoada.
Adapto-me ás situações e tento passar despercebida. Trabalho com homens, num meio duro, e confundo-me com eles. No meu trabalho, a minha parte feminina, desliga. É inconcebivel para os meus colegas que eu goste de tratar de flores ou fazer bordados. Que goste de pintar e escrever. Que goste de ler e chore de emoção com um filme ou um bom livro.
Adoro contos de fadas com um "Felizes para sempre" no fim da história. E acho, que bem lá no fundo, ainda acredito nesse amor eterno.
No fundo, procuro constantemente o meu equilibrio... e nem sempre sou bem-sucedida.
Quando me zango, sou um furacão. Arraso tudo por onde passo. Sem dó nem piedade. Mas não há tempestade que dure para sempre e, depois da tempestade, vem sempre a bonança.
Tenho mau génio... mas também sou fácil de levar e de enganar. Sou muito crédula... ou era. Tenho mudanças de humor frequentes sem ser bipolar.
Bem, sou eu. Caranguejo. A mudança de carapaça terminou. Cresci mais um pouco. Agora já está dura novamente...

6 comentários:

  1. Tenho absoluta certeza que por debaixo dessa armadura está uma mulher doce, amiga e pronta para dar o melhor que tem sem pedir nada em troca.


    beijo

    boa semana flor

    ResponderEliminar
  2. Enganas-te, Sammael. Peço sempre em troca o que é mais dificil de dar: Verdade pura e sinceridade sem limites. Ainda que sejam duras, são as unicas coisas que eu peço... E que raramente recebo. Mas... sem stress. Vivo com o que tenho e o que não tenho só me pode trazer infelicidade pela ansiedade de o ter.

    Beijo e uma excelente semana também para ti, Sammael

    ResponderEliminar
  3. Isso todos pedimos...mas mesmo, sem a receber muitas vezes, lá oferecemos nós o melhor que temos...quando o arrependimento chega...muitas vezes já é tarde...mas não aprendemos ( e agora falo por mim)

    -__-

    ResponderEliminar
  4. E porque te arrependes tu, Sammael? Não foi bom de viver? Soubesses tu todas as más escolhas que fiz... todas as mágoas que sofri... todas as mágoas que provoquei... E, no fim, não me arrependo de muita coisa. Gosto da pessoa em que me tornei...
    Como dizia Fernando Pessoa, "Pedras no meu caminho? Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo..."

    ResponderEliminar
  5. Viver é bom...muito bom, aliás é o melhor que levamos desta vida...o pior é quando se perdem amizades que nos parecem sinceras e afinal de contas....
    adiante ...

    ResponderEliminar
  6. Se se perdem amizades é porque não estavam destinadas a ser... Calma! Respira fundo e continua... Outras virão. É certo que dói. Mas não podemos alterar o que não depende de nós. Então para quê sofrer com essas mesmas coisas?!?! A minha mãe sempre me disse que quando se fecha uma porta, abre-se uma janela. Ás vezes estamos é demasiado preocupados a olhar a porta fechada para ver o novo horizonte que se nos apresenta...

    ResponderEliminar