terça-feira, 21 de junho de 2016

A vida e o tempo

"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira. ..
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já se  passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas" 

Mário Quintana

Pois é... Quando nos damos conta, já tudo passou. Já não brincamos, já não vamos à escola... Já temos casa, trabalho, filhos... Já temos tanta coisa que chega a altura de perder...

Perdemos coisas que só depois vemos o valor delas... E, depois, é tarde demais...
Hoje revivi mil e uma recordações de coisas que perdi ao longo do tempo e da vida. Coisas, que não sendo objectos, me fazem tanta falta... Perdi aquela chamada que não receberei amanhã, logo de madrugada, com o tão característico pigarrear para limpar a voz antes de ouvir "Bom dia!" e "Parabéns, filha!"... 
Perdi o riso meio venenoso de quem faz uma inocente travessura... 
Ganho mais um ano de experiências, menos um ano de vivências...

E sinto tanta saudade de si...

sexta-feira, 12 de junho de 2015

MUNDO DE COITADINHOS




Que me perdoem a palavra, mas não há outra que expresse tão bem o que sinto como esta:                
FODA-SE!!!!

Estou farta deste mundo de coitadinhos!!!!
Que se fazem de mártires por tudo e por nada! Levam a vida toda a olhar para o lado... a ver como a vida é fácil para os outros (pudera! são os outros que a vivem!!!!)...
Como é possível que pessoas saudáveis se mantenham numa vida que dizem ser tão má?!?! Bem sei que nem todos somos iguais, mas como se costuma dizer: "Se dói, tira... ou então aguenta e não chores!"
"Ah e tal que cheguei a casa e não tinha sobrado nada do jantar"... E? Duas mãos e vontade de mexer e qualquer coisa se arranja
"Ah e tal que passei a hora do almoço a tratar de assuntos de outros e nem almocei"... E? Uma sandes não leva assim tanto tempo a fazer
Pois é... assim os problemas ficavam resolvidos e já ninguém sentia pena de nós, não é? Já ninguém nos passava a mão pelo cabelo nem dizia: coitadinha!!!

Odeio esta palavra: coitadinha!
Coitadinha porquê?!?!?!?!? Não está numa cama dependente dos outros, não está com nenhuma doença em fase terminal, tem trabalho, tem ordenado, tem dividas como todos nós... Coitadinha porquê?!?!?!? Expliquem-me!!!!!

O que esperam que seja feito? Que os outros decidam a vida por eles? Era bom. Assim, se a decisão fosse má, teriam quem culpar...                                                                                                              

FODA-SE!!!!!


Façam-se à vida! Já ninguém é canonizado... os Santos já são todos velhos! Acordem e deixem de olhar para o lado! Toda a gente tem problemas... Uns maiores, outros menores... A vida é um mar de rosas: só que as flores só aparecem de vez em quando. O resto do tempo são apenas os espinhos!


Agora que já larguei o desabafo, tenho de pedir desculpas pela linguagem. Mas os "coitadinhos" não se massacram só a eles. Massacram quem gosta deles, quem os ouve... e chega uma altura que já não aguento mais! Tenho de explodir! Porque há pessoas neste mundo que sofrem horrores todos os dias sem terem hipóteses de mudar o que quer que seja e estes, com tantas coisas ao seu dispor, não se mexem... não mudam nada... nem a ladaínha de choro que "ah e tal ninguém gosta de mim e o mundo todo está contra mim"


quarta-feira, 3 de junho de 2015

TALVEZ UM DIA...




Tanto tempo passou... tão pouco tempo que ficou...
Reli hoje, ao fim de tempos infinitos, o que já aqui escrevi... Senti vontade de escrever! Já há tanto tempo que não sentia esta vontade...
As palavras não se formam na ponta dos meus dedos como em tempos se formaram... A cabeça cheia de ideias e fantasias está num caos de tarefas a fazer, soluções a procurar... É o caos e o enorme abismo de um vazio que nem eu entendo. O cansaço vence-me a cada dia que passa...

Neste momento estou a caminho de completar 41. Não fiz a grande festa de arromba de que falei em outros textos... Não fiz nada... E fiz tanta coisa...
E tenho tanto dentro de mim que não sai... atropelam-se os pensamentos na hora de os fazer passar para esta "folha". Saem em golfadas sem nexo...
Talvez esta ainda não seja a hora... talvez ainda não seja o momento de escrevê-los, de exorcizar os fantasmas que me atormentam...
Talvez um dia...

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

MEDOS...



Todos nós temos formas diferentes de lidar com as diferentes formas de agruras exteriores. Com um aumento de roupa  para o frio ou a diminuição desta para o calor... Assim lidamos com os diferentes estados climatéricos, por exemplo.
Mas não há casaco ou uma outra qualquer peça de roupa que nos proteja da Vida. Cada um procura a forma que mais lhe apraz. Uns isolam-se como que a acreditar que ficando em casa não se molham com a chuva. Talvez um dia descubram como é bom sentir as gotas de água escorrerem pela pele... Outros envolvem-se em estudos e leituras. Vivem num mundo passado ou numa fantasia de uma outra mente que, talvez, tivesse a escrita como forma de se proteger.
Ainda que, como qualquer outra pessoa, goste de me achar especial, não o sou! Sou igual a todos esses que tentam se proteger. A minha carapaça é o riso, o bom humor, a capacidade de procurar situações jocosas em tudo de mal que me acontece ou que julgo estar para acontecer.
É uma carapaça tão antiga que já não sou eu sem ela! Como um caracol sem casca...
Uso-a no dia-a-dia e na "noite-a-noite" (se tal existisse!) e funciona tão bem para os outros como para mim!
Ensinaram-me que medo é uma palavra a riscar. Tudo o que nos assusta deve de ser enfrentado de cabeça erguida. Até nisso a minha carapaça resulta! Como se fosse um filme de Harry Potter em que, ridicularizando o que nos assusta, nos permita assim enfrentá-lo. Algo como "dourar a pilula" para que seja mais agradável a sua toma.
E vou brincando e ridicularizando... até chegar o momento da verdade! O momento em que retiro a carapaça e me permito ver o que realmente me assusta como realmente é. Sem máscaras nem magias...
Admito o medo!
Reconheço-o!
Mas não o mostro! 
A carapaça caiu apenas para mim. 
Recuso-me a me mostrar assustada, preocupada e incerta no futuro.
Recuso-me a mostrar a fragilidade que se expõe quando a cortina do humor se recolhe.
Recuso-me a preocupar quem comigo já se preocupa ainda que saiba que, para esses, a minha carapaça é tão transparente quanto cristal.
Mas que hei-de fazer?
Sou assim.
Um ser com carapaça... para os outros... e, ás vezes, para mim!

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

RECORDAÇÕES



De vez em quando subo essas escadas tortuosas que sobem ao sotão desta mente empoeirada... onde há muito ninguém vai... onde guardo o que não me faz falta, mas que teimo em não deitar fora. Aqui tudo faz parte de mim! Não de quem sou, mas de quem fui um dia.
Guardo recordações de mágoas fortes. Tão fortes que, ao abrir as caixas trancadas onde repousam, ainda sinto a dor que me provocaram. Como espinhos que insistem em entrar por esta carne que julgava endurecida... Ainda sinto o gosto salgado de sonhos desfeitos em lágrimas que turvaram o meu olhar... e limparam os vidros das janelas para esse outro mundo onde aprendi a ser eu!
Guardo sonhos doces... como nuvens de algodão doce de um rosa tão belo... tão fofo... que me dá vontade de voltar a perder neles... que me fazem sorrir de tão agradáveis que foram!
Afasto caixas. Levanto tampas. Faço o pó rodopiar por entre os poucos raios de luz que deixo penetrar nesta mente tão fechada e por tanto tempo.
Demorei a cá voltar... Os sonhos pareciam-me ter terminado. A vontade de escrever ou de os reviver adormeceu num coma que pensei não terminar. Ou apenas tive receio de subir estas escadas e abrir a porta deste sotão escuro onde o cheiro a mofo se mistura com o cheiro de velhas recordações...
Forcei as minhas pontas dos dedos sobre estas teclas. Sabia que estava na hora de guardar mais umas caixas com memórias deste ano que termina. Não resisto a abrir as que já lá se acumulam... nesse sitio onde só eu vou... onde baixo defesas... onde sorrio e choro... onde me vejo e não me reconheço nas caixas mais antigas... onde admiro atitudes que nunca pensei ter... actos que nunca sonhei sequer fazer...
Sei que não posso me demorar por aqui muito tempo. Não posso esquecer o que guardo neste sotão escondido da luz do saber de outros... Mas não posso ficar aqui a viver o que já passou!
Um novo ano se aproxima... 365 dias de novas oportunidades de ser feliz! De criar novas recordações que voltarei a fechar aqui. Para meu exclusivo prazer!!!!
Se o Mundo sonhasse o que aqui guardo!!!!
Mas apraz-me saber que esse Mundo tem também um sotão empoeirado onde também guarda as recordações de quem foi, mas não de quem é... Pena que alguns não percam uns instantes para visitarem essas caixas tão bem guardadas e que fingem já ter esquecido...
Esta na hora de voltar a fechar estas caixas... esta porta... recuo sem voltar as costas ao que fui. Fecho a porta... encosto as mãos na porta e sussuro: "Não vos esquecerei!"
Do alto do patamar, volto-me de frente para o Mundo presente que me aguarda. Cabeça erguida. O meu pensamento voa levando um beijo a terras para além do alcance da minha vista.
"Um beijo para ti, personal demon! Vive-te!"
"Um beijo para ti, gaiata grande!"
"Um beijo para todos aqueles que já caminharam ao meu lado (ou eu ao lado deles) e que seguiram caminhos diferentes!"

Bom Ano Novo a todos!

Agora, desço a escada... volto á realidade do que sou!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

39!!!! Que crescida....

Parabéns para mim! Nesta data que já passou e, que por não estar no facebook, pouca gente se lembrou!
Ok... compreendo! A vida está demasiado agitada para nos lembrarmos de outros! Até porque o aniversário de outra pessoa não tem interesse de alguma forma palpavel para nós... Para quê fixarmos datas?!?!?!? Mas, quando o jogo se inverte, quando se trata do nosso aniversário, sabe tão bem vermos que alguém se importa connosco, não é?!?!?
Foi mais um ano que passou... mais um ano em que comprovo quem, realmente, se lembra de mim... Lá estou eu com um ataque de "vitimite" aguda! Ai e tal que ninguém gosta de mim! Mas não é assim! Ainda há quem faça questão de dizer: "Eu estou aqui ! Preocupo-me contigo! Gosto de ti ainda que não tenhas nada que me possa interessar além da tua amizade!"
E é por essas pessoas que me sinto orgulhosamente exuberante! Porque não preciso de muitos, mas de bons! Os outros, a maioria, são a excepção que confirma a regra!
São esses bons amigos que me fazem feliz! Sim! Feliz! Nem que seja por pequenos gestos... mas tão sinceros!
Agora, um ultimo recado: Mãe, olha! Cheguei aos 39! Subi mais um degrau na escada da vida com vocês, meus heróis, meus pais, ao meu lado!

domingo, 9 de setembro de 2012

Mea culpa????



Sinto-me castigada, punida, excomungada de uma amizade que, pensava eu, ser eterna!
Ingenuidade minha? Não sei...
Culpa minha??? Não sei...
Sinto no seu olhar um misto de vergonha e culpa... Sinto um misto de acusação e exclusão!
Não sei o que fiz...  Nem se realmente fiz algo...
Sei que não é a mesma pessoa que lida comigo.
Dizes que está tudo bem... que não se passa nada... mas... esta sensação percorre cada milimetro de mim como um acido do mais corrosivo que destrói tudo á passagem.
Tentei afastar-me... dar-te espaço... acreditar no que me dizias...
Pensei que, talvez assim, as coisas voltassem ao que eram...
Ingenuidade a minha! Nada volta ao que era... o tempo não volta atrás!
Sinto uma tristeza enorme dentro de mim com a tua falta...
Mas, se for para teu bem, ou mesmo para o teu mal se for a tua vontade, deixo-te (até parece que tenho algum poder para impedir!) seguir como queres...
Lamento imenso... até porque deixas em mim um gigantesco vazio!
Dói-me a cabeça... parece que vai explodir... mas esta dor eventualmente passa.
Só te posso dizer que te desejo apenas tudo o que de melhor existe!
Felicidades e... até um dia!